sexta-feira, 17 de abril de 2009

DT 200

A Yamaha DT 200 é uma motocicleta com motor 2T fabricada pela Yamaha.

A trail Yamaha DT200 apareceu no Brasil no final de 1991, na revista especializada estava na capa: "Aceleramos a Yamaha DT200 a 140km/h" a foto do painél a 9000rpm e no fundo a moto branca e rosa, a sua produção foi encerrada em 1997 um modelo azul e branco com quadro prata, no mesmo ano que a DT180Z, restando nas revendas Yamaha a DT200R,que teve sua produção encerrada em 2000.

Mais moderna que a Honda XLX 250R e com o desempenho superior ao da XLX350, NX350 Sahara e da Agrale/Cagiva 30.0, sempre com grafismos marcantes e coloridos, uma moto leve (aproximadamente 110kg), ágil, silenciosa, gostosa de pilotar e com desempenho surpreendente. Um projeto totalmente diferente da brasileira DT180, o destaque para o motor com refrigeração líquida com válvula eletrônica da janela de escape chamado YPVS, e suspensões de curso maior. A diferença é bastante notável no desempenho, visto que a DT200 com 25cv, atinge 140km/h, e a DT 180 tem um desempenho bem mais moderado. O preço do desempenho é cobrado na manutenção, a refrigeração líquida, a presença de um controlador eletrônico e servo-motor do YPVS, tiraram parte da simplicidade da máquina dois tempos em prol do desempenho, exigindo mais cuidados, mão de obra especializada e peças de qualidade.

O projeto da DT200: Aqui está o ponto, ame ou odeie a DT-200. Ele funciona bem com peças originais. Mas o que as peças originais têm de diferença para as peças do mercado paralelo? resposta: Os materiais, as geometrias, e os cálculos que os japoneses desenvolveram para projetar esta moto.

No motor, a alimentação de combustível + ar + óleo dois tempos, precisa funcionar em sincronia com o maestro pistão, seu ajudante YPVS, a dona vela resistiva e o curvado escapamento, tudo com as palhetas aplaudindo ao som de Y EIS, dispositivo relacionado ao vácuo do sistema . O motor oscila rapidamente entre os 1350rpm da marcha lenta até as 9000 revoluções por minuto = 150 ciclos por segundo, isto mesmo! 150 explosões por segundo! no cilindro 198 cm³, que marcam o início da faixa vermelha. Qualquer anomalia no circuito dos fluxos de mistura minuciosamente calculados pelos japoneses mudam o desempenho da moto, sua curva de potência, consumo e até a vida útil do motor. Lembrando é o vácuo do cilindro que puxa a mistura a ser queimada, deve ser difícil, mas existem contas para calcular isto.

Outra parte importante desta moto são os plásticos, sempre em nylon, injetados na cor definitiva, não são muito lustrosos como as carenagens pintadas de ABS, porém sua resistência a impactos e torções permitiu que as tampas além de proteger quanto à sugeira protegessem a moto quanto a colisões, fazem função de suporte para algumas partes, dispersão de calor e a contenção da vibração do conjunto motor. Quando equipada com os plásticos originais a DT200 é muito resistente a quedas, quase não quebra e dificilmente para de funcionar quando no chão.

Para garantir a leveza do conjunto partes foram projetadas com geometrias bastante desenvolvidas e materiais mais nobres que os materiais de construção comuns, porém não tão nobres para não destoar da classe de moto e faixa de valor, algumas partes mecânicas e estéticas herdadas e outras inspiradas na Yamaha XT600 Ténéré um farol.

O projeto também considera a vibração do conjunto motor, deve ser dificil, mas existem contas para tratar a vibração que percorre a moto quando em uso. A materialização disto é a escolha de fixadores, em sua grand emaioria os parafusos, de maneira muito adequada.

Muitas peças vinham com a inscrição "Japan", como o painél, suas lâmpadas, conta-giros e marcador de temperatura, lentes da lanterna, piscas, ambos Stanley, cabos de acelerador, sistema hidráulico do freio dianteiro, carburador Mikuni 26, retentores do sistema de refrigeração, sensor da temperatura, caixinha e cabos do YPVS, entre outras, pois com certeza este projeto tinha uma extensão bem maior que o nosso país e talvez para manter a repetibilidade do projeto, algumas peças eram produzidas em um unico lugar, do outro lado do mundo.

Alterar a DT é muito tentador e fácil pois com uma Chave 10, uma 12 e uma Philips dá para desmontar a moto quase inteira, dá para fuçar em um monte de coisas, ela muda mesmo, o barulho, a curva de potência principalmente, isso se o indivíduo não encontrar o carburador e as três chaves que citei acima e uma chave de boca 8. Coloca ar e óleo que ela anda, mas com a mistura assim (mistura pobre), diminui a vida útil do motor.

Mas as alterações, o uso de peças não-originais, mão-de-obra não-especializada e falta de manutenção, fizeram com que muitas DT200 com um ou dois anos de uso já apresentassem defeitos que mudavam totalmente o desempenho e a idéia original da moto, às condenando a serem laboratórios de experiências de mecânicos de ocasião, engenheiros, equipes de corrida, de tudo. O resultado são muitos motores condenados, DT's 200 dando trabalho para motos importadas em competições off-road e até motard, DT200 baratinho para vender, dois bandidos em cima de uma DT fugindo da polícia, DT200 em shows de profissionais do Wheeling, muitas coisa para fazer com a DT 200, mas lembre-se do que os japoneses calcularam.

Geral:

* A tampa do tanque não tinha chave, mas os frentistas gostam porque a boca é grande, só cabe 8,5 litros.
* O tanque é de aço.
* A carenagem do radiador do lado direito de quem está sentado nela, sempre dava a impressão de que estava faltando alguma coisa do outro lado.
* A carenagem do radiador faz a função de proteger a peça e canalizar o ar da refrigeração, se fosse ruim os Japoneses não tinham perdido tempo projetando
* Os aros de aço enferrujam, medidas 21 pol dianteiro e 18 traseiro, pneus MT70, 22 libras, quando com garupa 25 libras no traseiro.
* A suspensão traseira não vem com engraxadeiras, mas dá para colocar.
* Retrovisor não pode ser qualquer um, porque pode ficar vibrando e não dá para ver nada.
* O guidão é diferente do da DT180, é mais baixo do que o da irmã mais velha.
* A bateria tem que estar em dia para não queimar o YPVS, a caixinha preta é complicada, difícil de encontrar e custa caro. A bateria de CG cabe, mas a corrente é menor do que o projeto original, evite.
* O Escapamento sempre enferruja, pode pintar que enferruja de novo, se quiser colocar um escape por baixo lembre os Japoneses projetaram um escapamento por cima, logo se for colocar embaixo, não force a saída do motor com o peso do escapamento.
* Não dá para andar devagarinho com a DT200, acelerou um pouco ela ja pede mais e mais e de repente chegou à sexta marcha.
* Se o Autolub e a válvula termostática fossem ruins os Japoneses não tinham perdido tempo projetando.
* Ferve, fique de olho na temperatura, ela ferve mesmo, não é defeito, ferve, vai subir morro, ferve.
* Empina fácil.
* A exposição ao sol degrada muito a DT-200.
* Andar em duas pessoas grandes é complicado, ou sozinho ou duas pessoas pequenas.
* É pequena e baixa comparada a outras trails.
* As peças nas concessionárias estão acabando.
* A suspensão da frente é bem mole mesmo.
* A Sexta marcha é longa, tem que esticar a quinta para colocar ela.
* Na terra é ótima, não patina muito e mantém boas condições de pilotagem.

O consumo varia muito, depende de muitos fatores, mas se quiser economia no abastecimento, não compre uma DT-200, porém é uma boa opção frente a motos maiores, seu peso e equilíbrio do projeto são únicos e apesar dos pesares ela é simples, bom para quem entende mas não é do ramo.

Ao longo dos anos, não houve mudanças relevantes, apenas o farol que diminuiu nos últimos anos acompanhando a tendência da época o novo farol é muito bom ele joga um feixe de luz à frente dos pés, prevendo o deslocamento à noite em um trecho que é necessário apoiar-se com os pés, mas o farol antigo igual ao da Ténéré também era bom, os piscas encolheram, antes eram os mesmos das RD350, nas últimas também a opção de ventoinha original Yamaha, esta é uma raridade de se encontrar, mas mesmo as que não tinham ventoinha vinham com uma fiação junto ao radiador permitindo colocá-la, lembrando ventoinha somente nas últimas, a fiação, em todas, ventoinha, nas últimas, ou seja, nosso projeto foi enxugado da ventoinha, o motivo? Não sei, mas existem DT's sem ser a R, com ventoinha original, existe.

Assim que surgiu a Yamaha DT 200R em 1994, as duas eram oferecidas nas concessionárias a irmã R era uma versão lapidada, mais cara. Porém a alma das motos é a mesma, cada uma com suas virtudes, mas ambas puro sangue Yamaha, as últimas dois tempos de rua fabricadas no Brasil que se tem notícia depois delas restaram algumas scooters de até 90cc.

Antes de sair andando com uma DT200 faça uma revisão, é mais barato que arrumar depois que estragou. Se for encostar uma DT-200 para as futuras gerações, faça uma desativação da moto.

2 comentários:

  1. vc possui fotos desta moto com maior qualidade ? e de lados variados? meu email bboyjosimar@yahoo.com.br
    desde ja agradeço

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  2. Excelente texto sobre a lendária DT 200 da Yamaha. Agora, numa onda de nostalgia das 2 tempos, estão sendo muito procuradas e algumas recuperadas das trilhas para as ruas...

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